A voz encanta e na cabine tem o poder de transformar a pista. Quando pista e DJ se fundem na emoção a magia acontece! Ashibah é responsável por um destes momentos inesquecíveis da história do Privilège Búzios, por isso, é a convidada para brilhar na noite de 13 anos do club, dia 04 de...
PAPO DE DJS: ASHIBAH
Por Raphael Paradella
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Pare um instante, dê o play e ouça bem. Uma voz forte e consistente vai tomar conta dos seus ouvidos. Mas, o talento desta dinamarquesa vai além das cordas vocais. E uma sintonia única com a música, ela consegue unir a própria arte de cantar com o potencial de produzir e tocar. Mas isso não surgiu do nada.
Suas próprias experiências inspiram letras. Da infância no Egito à adolescência em Copenhagen, a música foi um sonho e uma realidade. Investiu muito tempo do desenvolvimento de uma voz forte. Ao conhecer Nikolas Biggs e Philip Jones se juntou a eles e logo surgiu a primeira track, “Another Day’. Pouco tempo depois, a cena já começou a conhecer os vocais de Ashibah, até que lançou o primeiro single: ‘Game Over’. Mas seria apenas o começo.
A carreira foi se consolidando e junto com ela um potencial para constituir sinergias com grandes potências da música eletrônica mundial, como Kolombo. Mas também vieram muitos brasileiros que estão internacionalizando a cena nacional, como Vintage Culture, Dashdot, Chemical Surf e muitos outros. ‘Circles’ e ‘Loose myself’, por exemplo, são dois mega sucessos que ganharam as pistas do mundo todo.
O nome dela está na lista dos residentes oficiais da marca mundial Hedkandi e também estrelou line ups de grandes festivais e clubs. No Privilège, por exemplo, estreou no verão de 2015 com uma gig que emocionou a pista durante a manhã de Búzios. Logo depois, no feriado de Tiradentes em 2016, marcou história mais uma vez durante o Love Sessions Holiday, também no charmoso balneário. Na pista e na cabine, ela era só sorrisos.
Por tudo isso, a Privilège Mag apresenta um Papo de DJs com Ashibah.
Privilège MAG: Você e a música, como e quando essa relação começou?
Ashibah: Desde quando eu era muito jovem a música sempre fez parte da minha vida. Lembro que escrevi minha primeira música quando tinha mais ou menos sete anos. Eu sempre cantei desde que consigo me lembrar e sempre cantarei.
E com relação à música eletrônica, como tudo começou?
Isso veio há uns dois anos e é incrível como é divertido e inspirador. Neste tempo já tive o prazer de trabalhar com alguns dos melhores produtores do mundo.
Como você descreve a cena dinamarquesa de quando você começou e como você entende nos dias atuais? O que mudou?
Os clubs na Dinamarca são pequenos, mas intimistas. Durante o verão, os festivais da temporada são incríveis. Acho que a cena dos clubs em todo o mundo mudou de uns tempos para cá. A música está em todos os lugares da internet e existem cada vez mais DJs e produtores. Isso torna cada vez mais complicado fazer algo novo na cabine. Temos que realmente trabalhar duro para criar algo diferente e ser inovador. Hoje, a cena dos clubs foi e é diretamente afetada por isso.
Como cantora, como e quando começou a mesclar a sua voz e a dance music?
Essa mistura foi algo natural que foi vindo com o passar do tempo. Querendo ou não, sempre que eu escrevia uma música tinha que cantarolar. Isso já no início quando comecei a aprender a tocar e produzir. Aí fui colocando tudo junto para construir uma coisa só minha. Isso faz todo o sentido e eu adoro.
Por conta disso, o live set é seu forte, certo? Que diferencial isso traz para a pista?
Isso só faz a pista crescer. Eu sinto muito isso. O fato de ser ao vivo já levanta o set e quando se conecta ao público, então, fica incrível. Eu nunca preparo um setlist. Eu só monto algumas pastas e tenho algumas ideias, faço sempre durante a noite enquanto vou sentido o que é certo para o público. Eu amo fazer isso, pois torna cada show diferente.
Isso traz uma necessidade constante de cuidados com a voz. Quais são eles?
Eu realmente tenho que cuidar muito bem da minha voz. Para isso uso doses de gengibre, mel e limão, mas também são necessários momentos de descanso vocal entre as apresentações.
Como compositora, quais são suas inspirações?
Minha inspiração vem de tudo, das minhas experiências de vida e as pessoas que vou conhecendo pelo caminho.
Você se divide nas várias funções, qual delas te damanda mais atenção e por quê?
Todas elas [risos]. Acaba sendo um pacote. No meu mundo, uma coisa não existe sem a outra.
E como você define a sua música?
Boa house music.
Você acumula muitas parcerias musicais com grande snomes mundiais. Qual foi a primeira e como surgiu a oportunidade?
Foi com o Kolombo. Eu o conheci emu ma festa na Dinamarca e ficamos um bom tempo conversando. Ele é realmente um cara incrível. Enviei uma track vocal e ele amou e começamos a trabalhar juntos no remix de ‘Wade in the water’.
Você está à procura de alguma nova parceria?
Claro! Estou sempre à procura de algum artista talentoso e inspirador pelo mundo. Aquele que te faz crescer como artista e aprender.
Já produziu também junto a alguns artistas brasileiros, como Vintage Culture e Dashdot. Como foi trabalhar com estes talentos?
Eu amei! Ainda estamos trabalhando em alguns grandes projetos que ainda estão por vir. Isso é muito bom. Adoro trabalhar com os brasileiros, por serem muitos talentosos e inspiradores.
E sobre a cena brasileira, o que você diz?
Grande e realmente incrível.
Você já fez muitas gigs por aqui. Como é tocar para o público brasileiro?
O Brasil tem sido o local mais incrível que já toquei. A energia dos brasileiros é incrível e alucinante. Nunca me senti tão amada, como aqui no Brasil. É exatamente por isso que sempre volto para cá, querendo ainda mais disso tudo.
Na manhã do Privilège Búzios, sua música tocou as pessoas e fez até alguns chorarem de emoção simplesmente pela música. Como você sentiu este momento?
Eu também fiquei deslumbrada e muito comovida. Essa foi uma das apresentações mais incríveis que já tive, por isso não queria mais parar de tocar.
Quais são os nomes brasileiros da e-music que mais chamam sua atenção?
Sou uma grande fã do Gabe, Dashdot, Volkoder e alguns outros. Eles possuem um som realmente inspirador.
As mulheres ainda não minoria na cena da e-music. Mas este cenário vem mudando bastante. Como você vê isso?
Sim, está mudando. Isso é ótimo! Como mulher, você acaba tendo um trabalho duplo e bem difícil para se afirmar na indústria. E é tão bom ver tantas garotas talentosas crescendo e tocando ao lado dos grandes caras.
Como residente mundial da Headkandi, qual a sua relação com a marca?
Isso. Com a label, tive o prazer de tocar nos lugares mais incríveis do mundo, como Ibiza, Indonesia, Russia e muitos outros.
Quais musicas nunca podem ficar fora de um set seu?
Circles (Dashdot remix) – VC ft. Ashibah | For a fool – Pete Oak ft. Ashibah | Hippocoon – Red Carpet (Instrumental remix)