Novidades - Os DJs residentes são peça-chave, e você precisa estar preparado pra essa conversa - Privilège Brasil

Um DJ residente tem uma importância maior do que o nome pequeno que muitas vezes ocupa no flyer, e vamos te contar o por quê eles são essenciais.

 

 

Por Lu Serrano 

 

Ben Clock, Dixon, Sven Väth, Laurent Garnier, Frankie Knuckles, Danny Tenaglia, Doozie, ZAC, BLANCAh, Eli Iwasa, Halfcab, esses nomes soam familiar? Todos foram ou são residentes de clubs e, com certeza, essa experiência contou muito para que alcançassem o lugar onde estão hoje.

 No Privilège, os residentes ocupam um espaço de extrema importância para as aberturas do club. Tanto é, que eles têm uma história de longa data, a exemplo de Marquinhus SP, que está no Privi desde a sua abertura, há 24 anos; e do saudoso Sandro Valente que conduziu noites históricas nos clubs do grupo. “Trabalhamos com muita liberdade tendo feedbacks constantes de onde estamos e para onde o club quer ir, isso ajuda muito nas tomadas de decisões”, afirma Marquinhus.

 

Sandro Valente e Marquinhus SP - Foto: Zine

 

 Um DJ residente é aquele que abre, fecha, faz a transição do line up e que, muitas vezes, não têm o seu real valor mensurado por quem frequenta as pistas. Em tese, sua principal missão é esquentar a noite para o convidado, com um feeling apurado para selecionar as melhores tracks e saber bem quando tocá-las, sem atravessar o headliner (atração principal da noite). “A maior importância do residente, na minha opinião, é manter viva e latente a identidade do club”, reforça Paula Miranda, Gerente de Desenvolvimento, Curadora e Produtora Artística.

 Conduzir o público ao auge da noite, mas sem chocar com o som que o convidado vai apresentar durante o seu set. Consegue sentir que a tarefa é mais difícil do que parece, e de uma grande responsabilidade? Marquinhus SP conta que no Privilège o residente sempre deixa o headliner em evidência. “A ideia é sempre deixá-lo à vontade e feliz”, explica.

 

 

Marquinhus SP - Foto: divulgação

 

Os residentes, além de estudarem o que a atração principal geralmente toca, sabem na ponta da língua, ou da CDJ, a identidade do club, como se dá o flow das noites, as figurinhas carimbadas que sempre marcam presença e isso contribui, inclusive, com o headliner, que tem todo o terreno preparado para que seu set se encaixe como uma luva. “Receber bem os artistas, deixá-los à vontade, como se estivessem em casa e, o principal, ter conhecimento técnico dos equipamentos e soundsystem do club. Se o som para no meio da noite, é o residente quem resolve o problema, equaliza os volumes corretos e devidos para cada momento da noite”, destaca Paula.

 Ah! E isso, sem deixar as suas apresentações caírem na mesmice, afinal, tocar todos os finais de semana no mesmo club exige inovação, tirar coelhos da cartola, provocar o inesperado. “Os residentes devem se manter sempre atualizados, porque tem muito DJ com bagagem, sem conhecimento do que está acontecendo atualmente nas pistas”, completa a gerente que sempre que pode, também, comanda das pistas. 

  

Paula Miranda - Foto: Beathriz Souza

 

Então, vamos lá, o residente precisa preparar o meio de campo, fazer com o que as pessoas comecem a entrar no clima, tudo isso através de bpms mais baixos (batidas por segundo), repertório diferenciado, sem utilizar de hits que possam ser tocados pelo convidado, ou que aceleram demais a pista, deixando os clubbers cansados antes mesmo do clímax da noite.

 Marquinhus explica que, atualmente, a figura do DJ residente está em extinção e que a migração se deu por uma inversão de perfis. “Muitos novos DJs estão atrás do estrelato. O residente tem que saber qual é o seu real lugar dentro da engrenagem”. Paula concorda com essa afirmação e acrescenta. “Tem que ser muito humilde para não roubar a cena da atração principal”.

 

Marquinhus SP e Meca - Foto: Beathriz Souza

 

 Ser humilde, nesse caso, não é passar despercebido, mas, conduzir o seu trabalho com maestria. É muito know-how, leitura de pista, trabalho de casa, repertório rico para ditar o ritmo da pista até o aguardado encontro com a atração principal, ou para finalizar a noite de forma que a atmosfera vá desacelerando até os corações pulsarem mais pausadamente e as pessoas sintam que o encerramento se aproximando, sem “fritar”. Afinal, ninguém quer um final abrupto, sem história, após uma noite especial.

Um DJ residente é, literalmente, o anfitrião do club e o responsável por conduzir uma narrativa musical envolvente.

  

 

 

 

 

 
 
 
 
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