"Me considero amigo do Privilège muito antes de pensar em tocar na casa", diz o DJ. PRIVÈ ROOM: Tão íntima quanto a boa música.
Um formato novo de festa traz de volta a sua noite de quinta no Privilège. Juiz de Fora nunca esteve tão próxima de verdadeiros artistas da música. Uma estrutura reduzida, na qual a pista é a própria cabine. Isso mesmo, na Privè Room, público e DJ dividem o mesmo espaço. E ninguém melhor que André Marques para estrear este projeto. Afinal, esta é reservada apenas para amantes da música. Por isso, a gente bateu um papo com o DJ para entender a relação dele com a música e o Privilège.
Como é essa sua relação com o Privilège?
André Marques: Para ser sincero, me considero amigo do Privilège muito antes de pensar em tocar na casa. Sempre gostei de ir a Juiz de Fora, cidade de mulheres bonitas.. Até que o Octávio (Fagundes) me chamou para ir a Ibiza. Teria então a abertura de uma boate de um amigo e eu queria muito aprender, por isso chamei o DJ Wally (Iglesias) de Niterói para morar em minha casa e me ensinar, o que culminou em um projeto, o "Up music", no Privilège.
Alguma história engraçada de cabine...
A cabine é sempre divertida. No Privilège é especial.
Quando realmente se sentiu DJ?
Quando fiz a produção no projeto junto com Wally. Um ano depois me separei dele e fui tocar sozinho. Isso culminou na arte da mixagem, pois passei a entender como mixar e me senti totalmente seguro.
Qual é o maior desafio?
Conseguir agradar deuses e troianos com o que realmente gosta e não se prostituindo com o que não gosta.
Fora o eletrônico, o que mais você costuma ouvir?
90% do que ouço é música eletrônica.
Você provou para o Brasil que uma pessoa famosa pode sim ser um bom DJ, consolidar uma nova carreira. Como foi isso?
A minha resposta é bem simples. Virei DJ porque me apaixonei por música eletrônica, estudei, pesquisei para isso. Não virei DJ para aparecer, até porque não preciso já que apareço na TV há 15 anos. Ganho muito mais na telinha. Toco porque sou realmente apaixonado por música. Já fiz warm up para grandes DJs e já fizeram para mim também.
Mas você concorda que ser DJ virou alternativa para muitas "subcelebridades"?
Você pode levar a Xuxa para tocar em sua casa, e se ela não fizer um som bom, não pega. Ninguém volta. Tem boate que toco seis ou sete vezes por ano.
Você acha que isso, de certa forma, banaliza aquele DJ que realmente possui técnica, que estuda mixagem, que pesquisa novos sons?
O club é responsável também. O contratante, aliás, é mais responsável que a celebridade. Não importa se o cara é ex-BBB e bonitinho. Quem contrata tem 60% de culpa, pois quer ganhar dinheiro de bilheteria. Sofri preconceito também, mas por ser artista e não celebridade. Celebridade, inclusive, é quem aparece do nada sem nada para dizer. Só toco em clubs em que realmente acredito.
Todo DJ tem um grande desafio: o som que ele gosta versus o som que o público quer ouvir. Como administrar isso para obter hegemonia sobre as pistas?
Não se pede música para DJ. Está entre os dez mandamentos. Toco o que eu gosto.